quarta-feira, 24 de março de 2010

Carta ao povo - Pe. José Elielton


Diante dos recentes escândalos nacionais e internacionais de padres envolvidos com menores de idade, creio que é meu dever expor aqui também minhas indignações, bem como alertar a todos sobre a utilização deste material por pessoas desonestas, que estão se aproveitando da atual fragilidade da Igreja para revelarem suas angústias e decepções com o verdadeiro costume e doutrina da Nossa Santa Mãe Igreja.

Muitos dizem, de uma forma totalmente desrespeitosa, que a fé da Igreja é morta, mentirosa, enganadora e ultrapassada, aproveitando para afirmar que no mundo moderno deve-se ter casamento de pessoas do mesmo sexo, aborto, divórcio... Mas não se pode determinar a veracidade da fé católica por um simples olhar nas atitudes dos seus membros, enfatizando aqueles que não vivem coerentemente com a fé. Essas pessoas esquecem que a Igreja daquele sacerdote pecador é a mesma de São Francisco, de Santo Antônio, do Papa João Paulo II, da Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá e de tantos outros irmãos e irmãs nossos que não mediram, nem medem, esforços para mostrar a verdade da fé, através de sua vida. A fé da nossa Igreja tem 2 mil anos e sempre foi baseada na fé dos apóstolos, ainda que durante a história percebamos alguns Judas em seu meio, homens e mulheres que são capazes de entregar o Senhor por uma pequena quantia de prazer, isto nos causa evidentemente muita dor e sofrimento.
Não satisfeitos com tudo isso, começam a colocar a culpa desses crimes hediondos no celibato sacerdotal, maculando pesquisas científicas que mostram que 85% dos casos de pedofilia acontecem dentro da própria família, sendo os próprios pais os principais agressores; assim não é verdadeira a relação entre o celibato e a pedofilia. Aos padres praticantes desses crimes, a Igreja determina que eles sejam afastados, em alguns casos eles são até mesmo excomungados, e a diocese fica obrigada a facilitar a investigação policial, já que ela não é polícia para investigar vida de ninguém. Aqui gostaria de lembrar que a Igreja é a única instituição que está combatendo com seriedade esse problema, ou alguém dúvida que ele exista também no exército, na aeronáutica, na marinha, no corpo docente das nossas universidades...
Finalizando, gostaria de dizer quanto o nosso coração está sofrendo por tudo isso. Uma pessoa chegou a mim e disse: “padre como estou com vergonha disto tudo”, respondi imediatamente: “imagine eu”. Não pensem que os padres estão insensíveis as dores dos fiéis, sabemos como vocês estão consternados por tudo que aconteceu e está acontecendo, mas não tenham medo nem vergonha, pois nós somos os verdadeiros seguidores de Cristo.

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